Blog alimentado pelo Prof. Márcio Santos e dedicado a estudantes de Geologia.

quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Os Elementos Químicos e a Tabela Periódica

O Big Bang é o momento da explosão que deu origem ao Universo, entre 12 e 15 bilhões de anos atrás. A evolução do Universo teve início logo após a explosão de uma bola de matéria compacta, densa e quente, com um volume aproximadamente igual ao volume do nosso sistema solar. Esta evolução é consequência das reações nucleares entre as partículas fundamentais do meio cósmico, cujo efeito mais importante foi a formação dos elementos químicos.

Os elementos químicos mais leves foram formados logo nos primeiros segundos após o Big Bang. Já os mais pesados, como o lítio, foram sintetizados nas estrelas. Durante os últimos estágios da evolução estelar, muitas das estrelas compactas queimaram e formaram o carbono (C), o oxigênio (O), o silício (Si), o enxofre (S) e o ferro (Fe).

A figura abaixo esquematiza a forma e os componentes básicos de um átomo.



A representação internacional dos elementos químicos é esta:




Os 92 elementos químicos que ocorrem naturalmente na Terra são compostos por um núcleo com núcleons subatômicos, orbitado por elétrons de carga negativa.

Os núcleons incluem prótons de carga positiva e nêutrons sem carga. Como um átomo contém o mesmo número de prótons e de elétrons com cargas iguais e de sinais opostos, os átomos não têm carga. A massa de um próton é 1.836 vezes maior que a massa de um elétron.

As propriedades químicas de um elemento são, em grande parte, mas não completamente, determinadas pelo modo como a camada de elétrons mais externa interage com os demais elementos.
Os íons se formam quando os átomos capturam elétrons adicionais, produzindo ânions de carga negativa, ou quando cedem elétrons, gerando cátions de carga positiva.

Um átomo pode formar diversos tipos de íons. O ferro, por exemplo, pode se apresentar como ferro ferroso (Fe2+), ferro férrico (Fe3+) ou na forma nativa ou elemental (Fe0).

Um nuclídeo é caracterizado por um núcleo atômico com um número Z de prótons e um número N de nêutrons. A massa atômica A corresponde à soma dos núcleons Z + N.

Diferentes tipos de interação ocorrem no núcleo e explicam sua coesão: a força forte (nuclear) de curto alcance, a força eletromagnética de longo alcance e a misteriosa força fraca.
Dois nuclídeos com o mesmo número Z de prótons, mas com diferente número N de nêutrons, terão ao seu redor o mesmo número de elétrons e, portanto, propriedades químicas muito similares; eles são isótopos de um mesmo elemento. 

Esta é a Tabela Periódica atualmente recomendada pela IUPAC.



Estrutura da Tabela Periódica




Propriedades periódicas: são as propriedades que variam em função dos números atômicos dos elementos.

Aperiódicas: os valores desta propriedade variam à medida que o número atômico aumenta, mas não obedecem à posição na Tabela, ou seja, não se repetem em períodos regulares. Por exemplo: calor específico, índice de refração, dureza e massa atômica.

Periódicas: São aquelas que, à medida que o número atômico aumenta, assumem valores crescentes ou decrescentes em cada período, ou seja, repetem-se periodicamente. Por exemplo: raio atômico, energia de ionização, eletroafinidade, eletronegatividade, densidade, temperatura de fusão e ebulição e volume atômico. 

Raio Atômico

raio atômico se refere ao tamanho do átomo. Quanto maior o número de níveis, maior será o tamanho do átomo. O átomo que possui o maior número de prótons exerce maior atração sobre seus elétrons.
Em outras palavras, raio atômico é a distância do núcleo de um átomo à sua eletrosfera na camada mais externa. Porém, como o átomo não é rígido, calcula-se o raio atômico médio pela metade da distância entre os centros dos núcleos de dois átomos de mesmo elemento numa ligação química em estado sólido.
Raio Atomico
O raio atômico cresce de cima para baixo na família da tabela periódica, acompanhando o número de camadas dos átomos de cada elemento e da direita para a esquerda nos períodos da tabela periódica.
Quanto maior o número atômico de um elemento no período, maiores são as forças exercidas entre o núcleo e a eletrosfera, o que resulta num menor raio atômico.
O elemento de maior raio atômico é o Césio.

Energia de Ionização
Energia de Ionização  é a energia necessária para remover um ou mais elétrons de um átomo isolado no estado gasoso. O tamanho do átomo interfere na sua energia de ionização. Se o átomo for grande, sua energia de ionização será menor.
Energia de Ionização
– Em uma mesma família a energia aumenta de baixo para cima;
– Em um mesmo período a Energia de Ionização aumenta da esquerda para a direita.

Afinidade eletrônica
Afinidade eletrônica é a energia liberada quando um átomo no estado gasoso (isolado) captura um elétron. Quanto menor o raio, maior a sua afinidade eletrônica, em uma família ou período.
Afinidade Eletrônica
A afinidade eletrônica mede a energia liberada por um átomo em estado fundamental e no estado gasoso ao receber um elétron. Trata-se da energia mínima necessária para a retirada de um elétron de um ânion de um determinado elemento.
Nos gases nobres a afinidade eletrônica não é significativa, porém como a adição de um elétron em qualquer elemento causa liberação de energia, então a afinidade eletrônica dos gases nobres não é igual a zero.
A afinidade eletrônica tem comportamento parecido com o da eletronegatividade, já que não tem uma forma muito definida no seu crescimento na tabela periódica: cresce de baixo para cima e da esquerda para a direita.
O elemento químico que possui a maior afinidade eletrônica é o Cloro.
Eletronegatividade

Eletronegatividade

Eletronegatividade é a força de atração exercida sobre os elétrons de uma ligação. Na tabela periódica a eletronegatividade aumenta de baixo para cima e da esquerda para a direita.
Essa propriedade tem relação com o raio atômico: quanto menor o tamanho de um átomo, maior é a força de atração sobre os elétrons.

Não é possível calcular a eletronegatividade de um único átomo (isolado), pois a eletronegatividade é a tendência que um átomo tem em receber elétrons em uma ligação covalente. Portanto, é preciso das ligações químicas para medir essa propriedade.
Segundo a escala de Pauling*, a eletronegatividade cresce na família de baixo para cima, junto com à diminuição do raio atômico e do aumento das interações do núcleo com a eletrosfera e no período da esquerda pela direita, acompanhando o aumento do número atômico.

O elemento mais eletronegativo da tabela periódica é o flúor.

*A escala de Pauling é uma escala construída empiricamente e muito utilizada na Química. Ela mede a atração que o átomo exerce sobre elétrons externos em ligações covalentes, ou seja, sua eletronegatividade.
Eletropositividade

Eletropositividade

Eletropositividade é a tendência de perder elétrons, apresentada por um átomo. Quanto maior for seu valor, maior será o caráter metálico. Os átomos com menos de quatro elétrons de valência, metais em geral, possuem maior tendência em perder elétrons, por isso, possuem maior eletropositivade. Um aumento no número de camadas diminui a força de atração do núcleo sobre os elétrons periféricos, facilitando a perda de elétrons pelo átomo e, consequentemente, aumentando a sua eletropositividade.

A eletropositividade cresce da direita para a esquerda nos períodos e de cima para baixo nas famílias.

A forma da medir a eletropositividade de um elemento é a mesma da eletronegatividade: através das ligação química. Entretanto, o sentido é o contrário, pois mede a tendência de um átomo em perder elétrons. Os metais são os mais eletropositivos e os gases nobres são excluídos¹, pois não têm tendência em perder elétrons.

O elemento químico mais eletropositivo é o frâncio. Ele tem tendência máxima à oxidação.
¹Como os gases nobres são muito inertes, os valores de eletronegatividade e eletropositividade não são objetos de estudo pela dificuldade da obtenção desses dados.
Potencial de Ionização

Potencial de Ionização
É a energia necessária para remover um elétron de um átomo isolado no estado gasoso. À medida que aumenta o tamanho do átomo, aumenta a facilidade para a remoção de um elétron da camada de valência. Portanto, quanto maior o tamanho do átomo, menor o potencial de ionização.

Potencial de Ionização mede o contrário da afinidade eletrônica: a energia necessária para retirar um elétron de um átomo neutro, em estado fundamental e no estado gasoso. A retirada de elétron na primeira vez utilizará uma quantidade de energia maior que na segunda retirada e assim sucessivamente.
Possui comportamento igual ao da afinidade eletrônica e da eletronegatividade, portanto, o Flúor e o Cloro são os elementos que possuem os maiores potenciais de ionização da tabela periódica.


Construção da Tabela Periódica

Os elementos são colocados em faixas horizontais (períodos) e faixas verticais (grupos ou famílias).
Em um grupo, os elementos têm propriedades semelhantes e, em um período, as propriedades são diferentes. Na tabela há sete períodos.

Até recentemente, os grupos eram numerados de 0 a 8. Com exceção dos grupos 0 e 8, cada grupo estava subdividido em dois subgrupos, A e B. O grupo 8 era chamado de 8B e era constituído por três faixas verticais.

Modernamente, cada coluna é chamada de grupo. Há, portanto, 18 grupos, numerados de 1 a 18. 

Posição dos Elementos na Tabela Periódica

Elementos representativos ou típicos (o último elétron é colocado em subnível s ou p): grupos A. Estão nos extremos da tabela.

Elementos de transição (o último elétron é colocado em subnível d; apresentam subnível d incompleto): grupos 1B, 2B, 3B, 4B, 5B, 6B, 7B e 8B. Estão localizados no centro da tabela periódica.

Elementos de transição interna (o último elétron é colocado em subnível f; apresentam subnível f incompleto). Estão divididos em duas classes:

- Lantanídeos (metais de terras raras): grupo 3B e 6º período). Elementos de Z = 57 a 71.
- Actinídeos: grupo 3B e 7º período. Elementos de Z = 89 a 103.

Gases nobres: grupo zero ou 8A ou 18. 

Os grupos mais conhecidos:
1A: metais alcalinos  
2A: metais alcalino-terrosos
6A: calgocênios
7A: halogênios 


Relação entre configuração eletrônica e a posição do elemento na tabela

Período:
Um elemento com x camadas eletrônicas está no período x.
Exemplo: P (Z = 15) K = 2 ; L = 8 ; M = 5
P (fósforo) está no 3º período.

Grupo:

a) Elementos representativos (grupos A) e 1B e 2B. O número de elétrons na camada de valência é o número do grupo.
Exemplo: P (Z =15) → K = 2 ; L = 8 ; M = 5
O fósforo está no grupo 5A.

b) Elementos de transição: a soma do número de elétrons dos subníveis s e d mais externos é o número do grupo. Exemplo: V (Z = 23)
1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d3
Soma s + d = 2 + 3 = 5 → grupo 5B.

Visite o site: http://www.tabelaperiodicacompleta.com/propriedades-periodicas


Nenhum comentário:

Postar um comentário